Este artigo tem por objetivo explicar em que o calçado para skate é diferente do calçado comum e ajudar-te a escolher o par mais adequado, o que te vai permitir desfrutar totalmente das tuas sessões!
Desde a sua criação, nos anos de 1950, o skate conheceu grandes evoluções.
Com origem nos praticantes de surf, as primeiras pranchas de skate consistiam numa tábua espessa em madeira com rodas de ferro. No início, a ideia era reproduzir as sensações no surf no asfalto, e as manobras consistiam em efetuar slalom e viragens.
Hoje em dia, o skate é um fenómeno mundial, e a sua prática está dividida em diversas categoria; o street (skate sobre módulos que reproduzem o mobiliário urbano ou diretamente na rua), a rampa, o bowl, o downhill (skate de descida), o cruising, o dancing, e muitos outros. O skate é já uma disciplina olímpica nos jogos de Tóquio, em 2021!
Para certos praticantes, já não se trata de fazer slalom entre obstáculos, mas de descer estradas de montanha a mais de 70km/h ou saltar mais de 20 degraus! A evolução desta práticas implicou uma evolução do material para responder ás novas necessidades dos praticantes de skate. O calçado de skate evoluiu consideravelmente nos últimos anos para facilitar a prática, e aumentar o conforto e a segurança dos praticantes.
O calçado de skate não é concebido da mesma forma do que o calçado comum em termos dos materiais utilizados e dos processos de fabrico. Vamos explicar as principais diferenças:
Sola vulcanizada ou cupsole
A sola exterior é, provavelmente, o componente mais importante de uma sapatilha de skate. Esta é a parte que vai ser responsável pela aderência, o conforto e o board feel (a sensação de contacto com a prancha muito procurada por alguns praticantes de skate). Os dos tipos de sola preponderantes no mundo do skate são as solas vulcanizadas e as solas cupsole.
Sola vulcanizada
Foi na Califórnia, em 1966, que teve lugar a primeira vulcanização de calçado. Paul Van Doren, o fundador da Vans, aplica, pela primeira vez, esta técnica ao calçado. Esta operação química era, anteriormente, utilizada na indústria automóvel para o fabrico de pneus. A vulcanização é um procedimento que consiste em juntar uma pequena quantidade de enxofre à borracha, e, em seguida, colá-la a quente. Esta operação vai otimizar a borracha tornando-a mais flexível e resistente. Assim, deixa de haver costuras entre a parte superior em tecido e a sola do calçado.
As vantagens desta técnica são muitas: flexibilidade, aderência e leveza. Isto permite sentir bem a prancha de skate e ter muito mais precisão e liberdade nos movimentos, o que é muito útil para a realização de tricks técnicos. Uma sapatilha de skate tem de se adaptar, vai-se deformar ligeiramente para abraçar a forma do teu pé. O tempo de adaptação das solas vulcanizadas é mais curto do que o das solas cupsole.
As vantagens da vulcanização vêm a par de um inconveniente, a sola é mais fina e terá tendência a absorver menos os choques e a se degradar mais rapidamente. O facto de a sola vulcanizada ser aquecida e colada a quente limita a utilização de certos materiais no resto da sapatilha. Em consequência, certas espumas mais absorventes só podem ser utilizadas com modelos cupsole.
Descobre o nosso calçado com solas vulcanizadas
Sola cupsole
A sola cupsole é composta por 3 partes: uma sola exterior, uma intermédia e uma interior. As solas cupsole não são aquecidas, mas cosidas coladas ao calçado, o que as torna mais sólidas do que uma sola vulcanizada. Este procedimento resulta numa sola mais robusta, com um melhor amortecimento e maior resistência à abrasão. A manutenção será também melhor do que num calçado com a sola vulcanizada. No entanto, será mais pesado, a sola mais rígida e o calçado levará mais tempo a adaptar-se. O board feel é também inferior ao de um calçado vulcanizado.
Eis em grandes linhas a diferença entre uma sola vulcanizada e uma sola cupsole. No entanto, não devemos reduzir a discussão afirmando que vulcanizado=flexível e cupsole=rígido, há muitas outras variáveis a considerar na equação, como a escolha das espumas, que permitem contrabalançar a ventagens e fraquezas de cada sola.
Descobre o nosso calçado com solas cupsole
Os materiais
Tecido (canvas)
As vantagens do calçado em têxtil são o peso e a respirabilidade acrescida. É igualmente uma alternativa ecológica. No entanto, o calçado em tecido será bastante menos sólido e duradouro do que um calçado em camurça ou poliuretano . Assim, se praticas street, aconselhamos que optes por uma modelo em camurça ou poliuretano. Ao invés, para o cruising o calçado em têxtil é particularmente agradável.
Camurça
As partes de cima em couro já deram provas e são agora uma referência no mundo do skate. Para uma prática street, o calçado em couro croûte é o mais resistente. No modelo Vulca 500, por exemplo, a parte superior em couro resistente com uma camada de borracha na biqueira confere a esta calçado uma excelente resistência às solicitações repetidas dos grips das pranchas de skate.
Poliuretano
O poliuretano é um material muito presente no mundo do skate. As rodas, por exemplo, são feitas de uma material à base de poliuretano. O poliuretano é amplamente utilizado pela sua excelente resistência à abrasão e facilidade de manutenção. É igualmente um material fácil de modelar que permite aos designers ser criativos e trabalhar os pormenores, como a textura e o grão, muito mais facilmente do que no couro, e a um preço bem mais económico.
Slip-on e modelos com atacadores
O slip-on é um calçado sem atacadores em que se enfia o pé como numa meia. Este construção permite um máximo de suavidade e flexibilidade para um máximo de sensações sobre a prancha e uma total liberdade de movimentos. Para além da suavidade, o "Slip-On" é um estilo clássico para o calçado de skate. A combinação entre o slip-on e a sola vulcanizada resultam num board feel preciso, muito valorizado por certos praticantes de skate. Além disso, a ausência de atacadores resulta na supressão de uma zona de desgaste. Com uns slip-ons não tens de te preocupar em ter um par de atacadores suplentes na tua mochila para o caso de os teus se romperem em plena sessãoCertos praticantes de skate preferem modelos com atacadores para poderem controlar o nível de compressão dos pés.
Esperamos que este artigo tenha conseguido informar-te e que te permita encontrar o calçado de skate de que necessitas! A melhor opção é testar diversos modelos, a pouco e pouco irás perceber os que preferes e descobrir o calçado que melhor se adequa ao teu estilo de skate. Se ainda tiveres questões depois deste artigo, não hesites em contactar-nos!